domingo, 26 de fevereiro de 2012

Tem um banquinho que eu subo sempre,
eu o coloco na altura dos ombros,
daí bate na metade da cabeça
e quando eu subo
fico em cima de mim mesma.
num espécie de terraço do meu eu,
mas é preciso dizer,
bate mesmo!

Maria Amélia

sábado, 10 de dezembro de 2011

É a razão como lei
É a racionalidade essa minha defesa
Para controlar-me dos impulsos
E me proteger de mim mesma
Eu
Meu maior inimigo
E a razão minha aliada
Razão desodorante
Transpirar transpira
Mas não fede
Porque o verdadeiro do que se é
Fede.

Maria Amélia

sábado, 1 de outubro de 2011

Eu queria voltar no tempo
E sentir como antes
Onde a displicência não tinha lugar
Onde eu ainda acreditava em tudo
E seu ânimo brilhava
E seus olhos queriam
Mas sempre o inevitável
Eu e meu olhar cinza.

Maria Amélia

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Ele já me escreveu Drummond
Escreveu Pessoa
Agora escreve silêncio
E eu leio passiva
Mas máquinas de moto-contínuo não existem
Não sei se violarei a lei
Ou se citarei Luís de Camões.

Maria Amélia

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Eu sempre erro a prosódia do sentir
A procura infinita de classificar coisas
Morfologia inútil
Que nos impede de pensar
 Vou com palavras graves
E você fica monossílabo
“chuva de pedra palavras, distribuindo pauladas”
Diria  Paulo Leminski.
As vezes somos testamentos
Enquanto deveríamos ser haikais
curto
simples
e elementar.
Maria Amélia

quinta-feira, 16 de junho de 2011

nosune

O que me se parou do Chile
Foram os pombos
E não o vulcão
O detalhe ou o insignificante
É o que nosune ou se para.

Maria Amélia