sexta-feira, 22 de julho de 2011

Eu sempre erro a prosódia do sentir
A procura infinita de classificar coisas
Morfologia inútil
Que nos impede de pensar
 Vou com palavras graves
E você fica monossílabo
“chuva de pedra palavras, distribuindo pauladas”
Diria  Paulo Leminski.
As vezes somos testamentos
Enquanto deveríamos ser haikais
curto
simples
e elementar.
Maria Amélia

4 comentários:

  1. Essa deve ser a parte Maria da Amélia

    Arley

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  2. É. Parte que par te Maria da Amélia.
    É uma honra você por aqui, alguém que me lê tão bem!

    Maria

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  3. As vezes fico feliz de lhe entender e triste com o que foi entendido. As vezes fico mais feliz em não lhe entender. Talvez orgulhoso.

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  4. Escrever é minha forma de digamos...economia psíquica. Não fique triste.

    Perdi minha alma à flor do dia ou já perdera
    bem antes sua vaga pedraria?
    Mas quando me perdi, se estou perdido
    antes de haver nascido
    e me nasci votado à perda
    de frutos que não tenho nem colhia?

    E sou meu próprio frio que me fecho
    longe do amor desabitado e líquido,
    amor em que me amaram, me feriram
    sete vezes por dia, em sete dias
    de sete vidas de ouro,
    amor, fonte de eterno frio,
    minha pena deserta, ao fim de março,
    amor, quem contaria?
    E já não sei se é jogo, ou se poesia.

    Carlos Drummond de Andrade.
    Não me procurem que me perdi eu mesmo.

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